Texto: Rosita Buffi
Argentina
D'Alessandro foi uma criança muito ativa, e sua paixão por futebol iniciou ainda muito pequeno.
Sempre acreditou que o futebol seria sua vida, e com a ajuda do pai, seu maior crítico e incentivador, foi atrás de seu sonho.
Mesmo se dedicando a treinos e com uma rotina voltada ao seus objetivos, Andrés era um jovem que preservava sempre a familia, as amizades, e sabia da importância dessa estrutura em sua jornada árdua em busca de seu maior sonho, ser profissional de futebol.
Criado em "La Paternal" bairro de Buenos Aires, tem até hoje o contato com amigos e sua família ainda mora na mesma casa.
Foi ali que ele deu início a sua carreira, jogando primeiro nos times de Babyfutbol e depois de passar por uma peneira, a convite do River Plate, foi aceito para as categorias mirins do clube que acabou sendo o seu, também, incentivador, e responsável por seu lançamento na esfera do futebol mundial!
Com o esforço e trabalho de todo sonhador que almeja alcançar seus maiores objetivos, D'Alessandro se dedicou ao máximo, aproveitando as oportunidades que lhe apareciam, foi Campeão Mundial com a seleção Sub-20 da Argentina, Medalha de Ouro pela Seleção em Atenas/ 2004, e sempre ativo e com esse espírito competitivo que conhecemos tão bem, acabou chamando atenção do futebol europeu.
Europa
Em sua passagem pelos gramados europeus, nosso camisa 10, conheceu todo tipo de experiência que poderia imaginar: jogou ao lado de nomes conhecidos, fez gols belíssimos, como por exemplo o seu único gol de cabeça, marcado com a camisa do Wolfsburg, ou o gol Olimpico, pelo Zaragoza, e ainda seu único gol pela Premier League com o Clube inglês Portsmauth. E que golaço!
Fora do campo não foi diferente, casou ainda quando estava na Alemanha, teve seja primeira filha Martina na Inglaterra, e decidiu voltar a sua cidade Natal, enquanto jogava na Espanha. Foram 5 anos vivendo no limite, horas felizes fazendo aquilo que ama, horas sentindo saudades da família... Assim ele acaba voltando para Argentina, jogando pelo San Lorenzo, já que o River Plate, com o então Presidente daquela época, não teve o desejo de o contratar. Voltou e assim seu segundo filho, Santino, como desejavam, nasceu em Buenos Aires!
Pelo San Lorenzo jogou pouco, seis meses, e como já havia despertado interesse dos dirigentes de um certo clube brasileiro, as negociações não demoraram a acontecer.
O passe de D'Ale pertencia ainda ao Zaragoza, quando Fernando Carvalho foi a Argentina, junto com Silvio da Silveira (então dirigente na época), conversar e tentar trazer o "enganche" argentino para terras gauchas.
A conversa foi boa, e despertou o interesse do gringo, que vendo no Brasil uma chance de mostrar seu talentoso e competitivo futebol, e ainda perto da família, aceitou, então, o desafio de jogar no Sport Club Internacional.
Inter
Sua chegada, como ele mesmo diz: "nunca vi nada igual", gerou uma palpitação a mais na torcida apaixonada do Inter. Chegara O MEIA, o cara driblador, o jogador sanguíneo, apaixonado, marrento, que se tornou o próprio torcedor dentro de campo!
A interação da massa colorada com D'Ale foi espontânea! A dinâmica de seus passes, seus gols, a raça dentro de campo, suas acaloradas discussões com rivais, e a maneira que se comportava usando o manto colorado logo chamou atenção do torcedor, que via em Dale, e vê, até hoje, a identificação e o amor que tem pela história e cores do Inter.
Foram títulos, prêmios, sucessos, confusões, tristezas...
Ele, Cabezón, tomou conta dos corações, elevou nossa camisa 10 a prêmios ímpares, o Melhor Jogador das Américas e Melhor Estrangeiro jogando no Brasil. D'Alessandro vive do futebol, e o futebol sobrevive graças a jogadores como D'Alessandro: guerreiros, únicos, corajosos, talentosos.
Jogadores que não se encontram em qualquer meia lua não! D'Alessandro faz parte dos jogadores que estão em extinção.
Os amantes do futebol.
Os que se entregam, e dão a vida e o sangue em campo.
Com certeza teremos mais alguns capítulos a escrever nessa história. Sua paixão pelo futebol e pelas coisas do Inter não o deixam pensar em parar ainda.
Emotivo, sabe q essa será a decisão mais importante de sua vida, mas sabe também que a tomará quando tiver plena certeza que isso será o melhor para ele e para o clube que defender.
O amor entre Inter e D'Alessandro ainda é um tango argentino, recheado de alegrias, tristezas, dramas, sentimentos, que a cada dia que passa transforma a dança entre os dois mais apaixonante e ritmada pelas batidas de nossos corações, que embala essa dança em todo jogo, pelos gramados de nosso Beira Rio.
Tão referência, tão enraizados aqui que seu terceiro filho, Gonzalo, é gauchinho!
Escreve tua história D'Ale, aqui estamos para comemorar 20, e estaremos para comemorar 21, quem sabe 22, 23 anos de talento no campo, ou talvez ter tua companhia ao nosso lado nas arquibancadas, o importante é que saibas que és um vencedor, merecedor, e que aqui, tu e tua família podem fazer morada.
Parabéns D'Alessandro!
O Futebol se orgulha de te ter como exemplo!
