quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

D'Alessandro não é o problema.É a solução!


A nova da praça: fim de ciclo para D'Alessandro                                      03 de dezembro de 2013


Minha coluna em ZH desta terça-feira integra mais uma edição da seção Na Marca do Pênalti, na qual somos convidados a não ficar em cima do muro sobre uma questão polêmica. Aí vai a parte que me coube neste latifúndio, sobre um imaginário fim de ciclo de D’Alessandro:





Um dos riscos das crises é ela turvar a correta identificação dos erros. Escrevi esta frase na minha coluna em ZH acerca do tema em questão ainda antes de o Inter passar esta vergonha de gastar R$ 9 milhões em salários e fechar o ano com chances de cair. SemD’Alessandro – 31 jogos em 35 no Campeonato Brasileiro, 20 gols em 2013 e dezenas de assistências miseravelmente desperdiçadas pelos atacantes – o Inter não estaria a um ponto de escapar do rebaixamento. O Inter já estaria medonhamente rebaixado.

Apesar de liderar um time coerente (quase sempre joga mal e não ganha), que o puxa para baixo, ele sempre figurou nas listas dos melhores do país. Aos 32 anos, suportou uma temporada cansativa do primeiro ao último minuto das partidas. Deve ter esquecido o endereço do departamento médico.

D’Alessandro fechou o corredor até cá embaixo sem prejuízo de sua contribuição ofensiva. É o recordista de passes certos no Footstats, a maior empresa de dados e estatísticas em futebol da América Latina. E não são passes laterais, irrelevantes. São lançamentos, metidas por entre os zagueiros, inversões precisas de lado, o comando do toque curto para sair da marcação encaixada, a última bola.

A Bola de Prata, da Revista Placar, mais conceituada premiação do Brasileirão, leva em conta a média das notas conferidas jogo a jogo. Nesta seleção, todos os eleitos são de equipes do G-4 ou do Flamengo campeão da Copa do Brasil (Elias) e do Atlético-MG dono da América (Diego Tardelli). O único de um time que briga para não cair é D’Alessandro. Esta história de fim de ciclo é chavão. O futebol os adora, aliás: é um tal de partida de seis pontos quando a tabela soma só três ou o estranho masoquismo de correr atrás do prejuízo após levar o primeiro gol. Mas vá lá. O fim de ciclo.

Antes seria preciso questionar o de Ednei, o cobrador de faltas. Airton, que desonra até a classe dos volantes brucutus. Willians, que ofende a autoridade do treinador em público e, como prêmio, joga no domingo seguinte. Rafael Moura, o centroavante que não faz gols, evita os de seus companheiros e, quando vai ajudar a defesa, põe a mão na bola na própria área. O negócio é avaliar corretamente os bons, médios e ruins. E eliminar os ruins _ no caso do Inter deste ano, é sempre bom explicar didaticamente, com desenhos. O pior erro é procurá-lo no lugar errado.

D’Alessandro não é problema. É solução. Diogo Olivier.  http://wp.clicrbs.com.br/noataque/2013/12/03/a-nova-da-praca-fim-de-ciclo-para-dalessandro/?topo=13%2C1%2C1%2C%2C10%2C13

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