"- E neste momento, visivelmente emocionado, Andrés D'Alessandro deixa a coletiva de imprensa que anunciou sua saída do Sport Club Internacional."
D'Ale sai, recebe abraços intermináveis, palavras de carinhos aos montes e entra em seu carro. Ele chega ao aeroporto onde uma multidão o aguarda. É colocado nos ombros de um torcedor. Todos cantam. Todos choram. Recebe a camisa de uma torcida do clube, o boné de outra, e chorando copiosamente diz com o seu portunhol inconfundível : "- eu volto al club algun día".
10 anos depois.
Temos Inter Vs Um Qualquer no Beira-rio. O Estádio vai enchendo. O cheiro do gramado e da pipoca se misturam e a academia do povo pisa no gramado.
Jogo começa e o time colorado, como numa sina secular, patina. Falta algo, falta a referência e principalmente falta a revolta. Alguém exclama: "Cadê a vontade?". Outro se indigna: "Cadê a revolta desse time?". Outro não menos possesso solta: "Falta o sangue no olho e a técnica de um 10." Quando um saudosista diz: "Que falta faz "um" D'Alessandro neste time."
E sempre fará falta.
Somos privilegiados de estarmos vivendo na época de D'Alessandro no Internacional. D'Ale briga, chora e esperneia. Odeia perder, assim como eu e você. Ele fica indignado com erros e injustiças contra a camisa vermelha, assim como você e eu. Ele é intenso. Flauteia, xinga e é campeão. Ergueu as 3 taças maiorais da América com a camisa rubra. É temido por quem afronta o manto centenário. Queixo erguido, olhar no horizonte e as tatuagens como armadura. Gauchito Gil anda na sua canhota. Carrega o fardo da vitória, carrega o fardo da derrota. Ele te olha no olho. Fala contigo como se estivesse falando com um velho amigo. Vende camisa, vende jornal e rende cliques. É notícia! Todos os oponentes amam odia-lo. A Metade menos um deste estado sente dor ao ouvir seu nome. Ele dói.
Vamos viver com ele o restante desse tempo. Vamos abraçar nosso capitão. 1, 2 ou 3 anos? Não sei. O tempo que for, esse ícone merece o respeito do povo colorado até o final. Muitos o queriam. Ele nos quis. Ele ama o Inter, nao menos que eu, não menos que você. Não deixe nenhum conchavo fora das 4 linhas abalar nossa relação com o nosso gringo. Vamos o alentar nos momentos de exaustão, onde as pernas não seguem o ritmo do pensamento.
Falcão, o Bola-Bola fenomenal, Fernandão o capitão planeta e Figueroa o xerife dos andes. Agora, na mesma estante, temos o Cabezón de la Paternal. Temos a cria das ruas melancólicas de Buenos Aires. Temos Andrés Nicolás D'Alessandro. Aproveite, enquanto há tempo.
Obs.: Em certa partida encontro uma criança na arquibancada questionando aeu pai:
"- E D'Ale, pai?"
O pai responde:
"- Está machucado. Não joga hoje."
E o menino num tom triste:
"- Por quê ele tem que se machucar?"
Sei que ele vai embora um dia, mas é difícil dizer adeus para um membro importante da família.
ResponderExcluireu acho que o Dalessandro não deve sair do internacional, se não puder jogar mais deve ser mantido como parte da área técnica do clube, não deve nunca deixar o clube.
ResponderExcluirJá mais deve ir fará muita falta eu que vai acontecer um dia mas o inter é tua família e o beira rio tua casa deve ficar no inter e encerrar a carreira aqui um dia mas que demore pra esse dia chegar pois ñ aprendi dizer Tchau
ResponderExcluirFica Dale.Você é o cara.O gigante precisa de tí,mesmo depois de pendurares a chuteira.Você já faz parte da história do campeão de tudo.
ResponderExcluirFica D'ale
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