domingo, 30 de março de 2014

São muitas emoções! GreNal!! Rosita Buffi


Domingo de jogo do Inter..claro que lá estarei. Onde? No campo rival (?) ! Junto a minha querida TO Força Feminina Colorada! Sim pois hoje tem Grenal!!




E Aqui estamos para falar de GreNal. Clássico. Rivalidade.Paixão. Muito já foi falado e escrito. Hoje, resolvi recordar. Lembrei de um jogo emblemático, divisor de águas, arrasador! O GreNal 387 de 15/05/2011.
Não saberia falar taticamente, aliás não ousaria falar nada desse dia. Um misto de desespero e confiança. Acreditava e ao mesmo tempo chorava a convicção da perda do título em pleno Olímpico! Lembro de ver meu time todo enrolado pelo rival, lembro do Andrezinho mancando. Índio guerreiro. E de D'Alessandro. Lembro bem de D'Alessandro na hora dos pênaltis. Separado do grupo, pulava e chutava a cada tento batido como se fosse ele lá, na frente do Vitor. Lembro de sua corrida para abraçar Renan. Lembro do seu beijo na taça e de sua felicidade em levantar o caixão azul! Vagas lembranças... Pesquisando sobre esse, que foi o TOP dos grenais, achei esse texto fodástico do colorado Douglas Ceconello. Deixo aqui postado para quem não pode aprecia-lo em 2011, ou então leiam lá no impedimento.org Segue Link abaixo! Boa
leitura!

             Pessimismo é o novo budismo ou o nirvana dos desenganados!


Felizes são os eliminados na Libertadores e seus torcedores. Tentem imaginar a convulsão de ambulâncias, famílias destruídas, corações em faniquito e relaçoes afetivas, sociais e sexuais comprometidas se algo minimamente semelhante ao que vimos nos últimos domingos acontece em um embate copero y eliminador.










O clássico iniciou exatamente como havia acabado o primeiro, no Beira-Rio. O Grêmio aproveitava-se daquela colcha de retalhos encarnada que vagava pela grama do Olímpico e promovia um verdadeiro ATRAQUE sobre o Inter, com uns 138% de posse de bola e seus volantes flanando pela cancha sob constrangedora conivência dos similares colorados.



Lúcio, Douglas e Leandro movimentavam-se num CEGANTE jogo de luzes tricolores que açoitava as retinas dos pouco mais de dois mil torcedores vermelhos que ousaram encaram a multidão Gremista no Olímpico. Assim, quando dominava, Lúcio recebeu um longo lançamento e concluiu na saída de Renan. Viçosa, livre na área, poderia ter ampliado, mas o arqueiro colorado, fiel seguidor de CLEMER como o futuro brevíssimo demonstraria, fez bela defesa.


Foram 25 minutos de sonambulismo do Inter e ampla superioridade portalupeña. Então o jogo amornou e Falcão, que já deveria ter sido demitido com dez minutos de jogo, sacou Juan e colocou em campo Zé “Shining” Boteco, endireitando e aparafusando em parte a monstruosa ENGENHOCA que escalada inicialmente.

A partida ficou mais equilibrada e, na sua primeira jogada mais aguda, o ENTRANTE e reluzente negro predestinado cruzou para Damião, que tem na paleta marcada a fogo a definição “matador”. Ele virou e chutou cruzado para empatar. E, depois disso, com o jogo nas mesmas amorcegadas condições, após um escanteio, Andrezinho, esfolado e com uma perna aparentemente AMPUTADA, concluiu marotamente no canto de Victor, que se deitou vagarosamente como uma donzela suplicante. Estava virado um jogo que eu cheguei a desejar que acabasse aos 20 do primeiro tempo. Antes sem título do que sem honra, como ensina a sábia cultura milenar dos desesperados.




No segundo tempo, o heroísmo de Andrezinho durou menos de cinco minutos, quando ele deu lugar a Oscar. E o jogo mostrou-se equilibrado como tendem as ser os clássicos, com o AGRAVANTE de que ambos os times contrariavam todas as verdades e atacavam em busca do gol. Douglas perdeu de cabeça, Damião deu uma pirueta e concluiu pra fora. Mas então a negritude FOSFORESCENTE de Zé Roberto entrou em ação. Ele enroscou-se com Victor e o juiz marcou pênalti, convertido por D’Alessandro.



Aparentemente, o Inter tinha domínio de tudo e marchava para o título, após um cenário SOMBRIO no somátório da maior parte dos dois jogos. Agora, Kléber, D’Alessandro e Oscar tocavam a bola precisamente e o relógio corria manco, mas convicto. Mas nós sabíamos. Lá no fundo, na cutícula do dedão do pé, na poeira do fundo da garrafa, nós sabíamos. Era tudo uma REDE DE MENTIRAS, já que a entidade ébria y traquinadora que espreita nos cantos em todo Gre-Nal esperava o momento crucial para mostrar sua impertinência e sua propensão ao inexplicável – o que aconteceu quando, após um cuzamento, Renan segurou tranquilamente a bola, caiu no chão, tropicou no EXU MARMOTA que vive no gramado do Olímpico e Borges igualou.



Depois disso, delírio e tremulância em todos os bares, alcovas, becos, suítes e quebradas destas pastoris paragens. Às ganhas como talvez eu nunca tenha visto, ambos os times largaram-se alucinadamente atrás do gol que evitaria os pênaltis, e houve de fato duas chances obscenas pra cada lado. Mas nada disso eu vi, pois já havia injetado um combro mortal de CAMOMILA e água com açúcar no coração e dormia sonhando com uma vida mais besta, com prostitutas convertidas, roupas limpas no varal e café com leite ao amanhecer.

Dizem que depois houve pênaltis. Que Victor pegou, mas Renan pegou mais. Que Nei e Zé Roberto converteram. Dizem que o Colorado acabou campeão. Mas não acredito. Estou atirado no pasto depois de vagar adormecido e delirante por aí e só saberei quando for acordado por uma refrescante lambida de vaca ou um festivo zumbido de sirene.

Douglas Ceconello







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