D'Ale: Porque ídolo?? Por Rosita Buffi.

Como se cria um ídolo.

Difícil. Primeiro para se ter um ídolo, deve haver uma empatia, criar vínculos, superar as expectativas. Tem que habilmente saber que a pessoa, objeto de sua idolatria, realmente, apesar dos defeitos e qualidades, supera as possibilidades de decepção. Reconheço em meu ídolo isso. Ele tem defeitos, e como tem, já os escancarou abertamente em rede nacional. Marrento, respondão, irritadiço, teimoso, que mais? Ahhh, adora uma provocação.  Mas sabe melhor do que ninguém cativar. Amigos e inimigos. Ou adversários como acharem melhor. Eles, os azuis, na sua grande maioria, o respeitam, queriam um jogador igual no Grêmio, com a mesma vontade latente de ganhar sempre, de brigar por resultados, de fazer valer seus defeitos em campo. Marrento, provocativo. Mas NUNCA desleal.

 Para ser um ídolo há de se ter caráter. 

Tem que acima de tudo se preocupar com o que vai deixar de exemplo. Não para os fãs, nem para a mídia, marketing. Mas para os seus. E isso meu D'Ale faz. 

Para ser idolo há de se importar com as consequências de seus atos e se envergonhar quando elas o afetam de modo negativo. Com sinceridade.

D'Ale saiu muito cedo de sua terra natal , casou e teve filhos cedo, passou um bom tempo na Europa, conheceu o mundo. Se valorizou e foi valorizado. tinha tudo para ser um esnobe do futebol. Como vários. Mas não o é. Simples, pé no chão, não ostenta, não desfila, não abusa. Quem procura sua atenção, seja no CT, no estádio, nas ruas, em eventos, o encontra sempre solicito. Educado, compreensivo com o assédio. Já o vi em varias dessas ocasiões. E sempre vi o que ele provoca nas pessoas. Já vi ele cansado, estressado, irritado. E mesmo assim continuo a amar. Porque vi a intensidade desses sentimentos e observei como ele se controla para não deixar transparecer. Como ele evita o contato quando algo não está bem. 

Para ser ídolo há de ser responsável pelas suas atitudes e saber que tudo tem um preço.

Sou colorada, amo o INTER, e vejo ele fazer o que eu gostaria de fazer pelo meu Clube. Garra, raça, talento, enfim nem preciso enumerar. Sei que ele ama o Inter, que ele ama a camisa que veste, que vive o Sport Club Internacional. Que se doa, que interage. Seu bom humor é contagiante ao falar das coisas do Inter. Das pessoas que trabalham com ele. Aliás, seu bom humor é ótimo!! Sempre sorrindo. Sempre carinhoso. Pessoa que te olha nos olhos. 

Para ser ídolo há de ter comprometimento.

A importância de nosso camisa 10 nos últimos anos é irrefutável. Por diversas vezes ele nos deu razões para chorar, para gritar, vibrar, nos deu acessos de raiva, de ira, mas nos deu belíssimos momentos de orgulho.Preocupado com as ações sociais. Integrado com nossa cidade, que agora é sua também. Nos encheu de plena satisfação ao elevar o nome de nosso INTER aos patamares mais altos , seja por atuações em campo( vários prêmios que recebeu) ou por atitudes como o Lance de Craque.

 Porque para ser ídolo há de se compreender que ídolos são feitos de ações no dia a dia, vem de berço, de educação, de família. 

E muitos dos que são chamados de ídolos, assim como meu D'Ale, simplesmente ao serem questionados: Porque tão amado? Respondem: eu não sei porque, isso é estranho pra mim.

Porque para ser ídolo há de se ter humildade.

Não se chega lá da noite para o dia.

É conquista sem guerra. 

É vitória sem jogo.

É simplesmente se doar sem querer nada e ganhar tudo.

Rosita Buffi